Como prevenir a mortalidade de bezerros

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A adoção de medidas de biossegurança e manejo sanitário são fundamentais para reduzir os riscos que causam a morte dos animais
Um dos principais desafios enfrentados pelos pecuaristas no Brasil é a mortalidade de bezerros. Quem nunca passou por uma situação como essa tem grandes chances de enfrentá-la em algum momento de sua rotina diária.

Diversos fatores estão ligados à morte desses animais, especialmente aspectos relacionados a falhas nutricionais, a agentes infecciosos ou à associação dessas duas causas. “No que se refere às causas infecciosas, estas podem ser de origem bacteriana, como a clostridiose, parasitária, como os helmintos, ou viral, como a diarreia viral bovina (doenças das mucosas), entre outras. Dessa maneira, é fundamental o pecuarista adotar medidas de biossegurança e implementar um manejo sanitário para minimizar os riscos de mortalidade dos bezerros.

Estratégias para Prevenir a Mortalidade de Bezerros
A prevenção é a melhor forma de minimizar a morte de bezerros, mas, se vier a ocorrer, procure ajuda técnica”, ressalta Liria Hiromi Okuda, médica veterinária, pesquisadora científica e responsável técnica do Laboratório de Viroses de Bovídeos do Instituto Biológico vinculado à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.

Okuda esclarece que é preciso observar o contexto no qual ocorreu a morte do bezerro, se foi após o nascimento, mudanças no manejo, desmame, após a entrada de um novo animal, confinamento ou da ocorrência de outros sintomas no animal ou em outros animais da propriedade. A vacinação contra a diarreia viral bovina (BVD), quando aplicada em animais persistentemente infectados (PI), pode provocar a doença das mucosas, que geralmente é fatal. A veterinária explica que algumas medidas sanitárias e de manejo são fundamentais para evitar a mortalidade dos bezerros e divide os cuidados em biossegurança e medidas sanitárias. Confira as orientações.

Biossegurança
O cuidado começa na porteira, com a instalação de pedilúvio ou rodolúvio para descontaminar sapatos e veículos que queiram entrar na propriedade.

Também é importante fazer a instalação nos piquetes. Essa proteção é importante no contexto de saúde animal como um todo e não apenas para evitar os casos de mortalidade.

Se for possível, o ideal é ter funcionários exclusivos para o manejo de animais da maternidade e dos bezerros.

Ter um piquete exclusivo para receber animais novos na propriedade, justamente para avaliar a sanidade dos animais e evitar que transmitam a doença para o rebanho residente. O recomendado é manter o isolamento por 30 dias, pois os novos animais podem estar em uma fase aguda da infecção e manifestar a doença nesse período.

Também é importante realizar exames (inclusive parasitológicos) e realizar vacinações e vermifugações, se necessário.

O estresse do transporte pode reativar doenças em animais que já nasceram portadores de algum problema de saúde, como o vírus da rinotraqueíte infecciosa bovina (IBR) e a neosporose bovina. Ambas as enfermidades podem atingir o sistema nervoso, causar um quadro neurológico e resultar em óbito.

Manejo sanitário
Assegurar um programa de vacinação contra todos os tipos de doenças, em especial as clostridioses. E, especificamente contra a diarreia viral bovina BVD, avaliar o tipo de vacina adotado, se inativada ou viva atenuada, para evitar a doença das mucosas.

Fornecer o colostro 24 horas após o nascimento é fundamental para garantir a imunidade do bezerro por até 6 meses. É pelo colostro que o animal vai receber os anticorpos produzidos pela mãe advindo de vacinas ou até mesmo de doenças pregressas, como, por exemplo, o IBR, e garantir sua proteção nesse período.

Analisar como é feito o descarte de carcaças na propriedade e se há descontaminação prévia (uso de cal sob a carcaça, por exemplo), principalmente por conta das clostridioses. Se a carcaça for enterrada, é necessário garantir que a profundidade seja adequada, para evitar que os animais possam desenterrar e para não atingir o lençol freático e contaminar a água.
Cuidados com a nutrição e a hidratação dos animais também são importantes para a prevenção da mortalidade de bezerros
Avaliar o manejo nutricional é outro ponto essencial para manter a saúde dos animais. “Essa é a primeira medida a ser considerada. Porque não adianta vacinar, dar vermífugo e adotar medidas de biossegurança se estão faltando comida, porque o animal não vai conseguir responder plenamente e adequadamente. E sobre a qualidade do pasto que estou fornecendo para o meu animal, há presença de ervas daninhas ou pragas? Isso já dá indícios de que estou com um pasto de qualidade mais baixa ou falta de cuidado para garantir que o pasto bom cresça e mantenha a qualidade proteica. As alterações climáticas estão afetando a qualidade do meu pasto ou a produção de grãos que serão fornecidos aos animais? Há necessidade de suplementação? Forneço sal mineral? São questões que o pecuarista deve avaliar”, destaca a veterinária.

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A qualidade da água ofertada aos animais também interfere na saúde e na mortalidade dos bezerros. Se houver algum problema na água, outras categorias de animais também vão sofrer impactos na saúde, mas os bezerros são mais suscetíveis. Por isso, é importante avaliar a qualidade, verificar a perda de nutrientes e a possibilidade de contaminação. “Outra questão é sobre a lixiviação, que deve ser considerada, principalmente após chuvas ou eventos climáticos”, aponta.

Bem-estar animal e a prevenção da mortalidade de bezerros
O bem-estar animal está diretamente ligado à boa saúde dos bovinos. A desmama de bezerros, por exemplo, é um fator de estresse para o filhote e a mãe, o que pode reduzir a imunidade do animal. Com seu sistema de defesa fragilizado, doenças obtidas durante a gestação ou logo após o nascimento podem ser reativadas, desenvolvendo uma fase aguda que causa a morte do animal. “O bem-estar animal resume tudo o que falamos até agora. O fato de garantir que o animal nasça bem, sofra menos estresse ao longo da sua vida, tenha um processo de desmame tranquilo e haja a adoção de um manejo sanitário adequado contribui para minimizar a mortalidade de bezerros”, acrescenta.

Desafios para evitar a mortalidade dos bezerros
O pecuarista deve ter em mente que o investimento feito para evitar a morte de um ou mais bezerros é menor do que o prejuízo da perda dos animais e tem resultados a longo prazo. “A adoção de medidas, que devem ser definidas junto com um veterinário, nem sempre é imediata e percebida como benéfica em um primeiro momento. No caso de causas infecciosas, pode ser necessário fazer o diagnóstico laboratorial. Também é preciso considerar a vermifugação dos animais e a presença de ectoparasitas que possam transmitir doenças, como a tripanossomíase, que vem sendo diagnosticada nos rebanhos”, observa Okuda.

Pela mortalidade de bezerros ser multifatorial, o pecuarista deve buscar a ajuda de um especialista para orientar sobre as possíveis causas e quais exames devem ser realizados para fechar o diagnóstico correto. “Nem sempre é necessário fazer um pacote de exames. Dependendo dos sintomas apresentados, o especialista pode orientar o veterinário assistente ou produtor sobre quais exames poderão ser feitos”, conclui a veterinária.

Fonte: pastoextraordinario

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