Casos das joias e das vacinas serão examinados por Gonet
Depois da denúncia contra Jair Bolsonaro (PL) pela tentativa de golpe de Estado, o foco da Procuradoria-Geral da República (PGR) se volta aos demais casos pelos quais o ex-presidente foi indiciado: o da falsificação do cartão de vacinação e o da venda de joias sauditas no exterior.
Segundo fontes próximas ao procurador-geral da República, Paulo Gonet, a expectativa é de que a análise desses casos seja concluída ainda neste semestre. Ou seja, se houver elementos para novas denúncias, elas devem ser apresentadas até junho.
Ao longo do ano passado, a PGR chegou a cogitar apresentar uma denúncia única que aglutinasse os três indiciamentos. Isso porque, em mais de uma oportunidade, a Polícia Federal (PF) apontou uma correlação entre os casos.
Contudo, Gonet acabou optando por “fatiar” a denúncia e, neste primeiro momento, concentrá-la nos fatos sobre a trama golpista. Na peça acusatória protocolada terça-feira junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), não há qualquer menção a vacinas ou joias.
Tornada pública nesta quarta, a delação do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, traz a informação de que partiu do próprio ex-presidente a ordem para a inserção de dados falsos na carteira de vacinação contra a Covid-19.
Cid também disse à PF que entregou a Bolsonaro US$ 18 mil após vender as joias nos Estados Unidos. Segundo o delator, o valor total era de US$ 86 mil, mas os montantes foram fracionados para não levantar suspeitas.
O procurador-geral agora vai analisar os relatórios da PF sobre essas duas investigações. Ele tem três caminhos: oferecer denúncia diretamente (como ocorreu no caso do golpe), pedir novas diligências ou solicitar o arquivamento.
Zan norte politicas