Um fóssil de uma planta conífera com 270 milhões de anos foi descoberto no Brasil, mais precisamente na região de Santa Catarina.
Um fóssil de 270 milhões de anos foi encontrado no Brasil durante uma caminhada religiosa em Santa Catarina, revelando uma planta conífera pré-histórica da espécie Krauselcladus canoinhensis. A descoberta, feita no dia 1º de maio.
No dia 1º de maio, um grupo de 12 pessoas, liderado pelo padre Marlon Malacoski, encontrou um fóssil enquanto participava de uma caminhada religiosa em Santa Catarina. A atenção do grupo foi atraída por uma pedra com um formato peculiar, que acabou revelando o valioso fóssil de uma planta conífera com parentesco nas atuais araucárias. A caminhada, realizada entre 28 de abril e 3 de maio, culminou com essa descoberta surpreendente.
A importância científica do achado
Segundo Luiz Carlos Weinschütz, paleontólogo do Centro de Pesquisa Paleontológica da Universidade do Contestado, a descoberta desse fóssil é fundamental para entender o passado geológico e biológico da região. Fósseis semelhantes já foram encontrados em outras partes do Norte de Santa Catarina, como Canoinhas e Três Barras, e foram descritos pela primeira vez na década de 1970. Apesar de não terem o fóssil em mãos para uma análise laboratorial completa, os pesquisadores conseguiram identificá-lo com base em fotos e vídeos enviados pelo grupo.
A Krauselcladus canoinhensis era uma planta conífera que viveu há 270 milhões de anos, muito antes do surgimento das árvores com flores e frutos. A paisagem naquela época era dominada por samambaias, pteridófitas e coníferas. Em vida, a planta tinha uma aparência que lembrava o sapê do pinheiro, com ramos e galhos semelhantes aos das atuais araucárias, mas sem o formato de taça característico das árvores mais velhas. Para uma comparação mais precisa, sua aparência se assemelhava mais a um cedro, cujas folhas tinham semelhanças com as das araucárias modernas.
Por que a descoberta desse fóssil é relevante para o Brasil?
Identificar mais pontos de ocorrência do fóssil da Krauselcladus canoinhensis é crucial para mapear a distribuição dessa espécie na região. Cada nova descoberta oferece informações adicionais sobre os organismos que coexistiam na mesma época e local, ampliando o entendimento dos cientistas sobre a paleogeografia de Santa Catarina e do Brasil durante o período Permiano. Essa descoberta ajuda a desenhar um quadro mais claro da flora que existia na região há milhões de anos, contribuindo para a reconstrução do passado geológico do Brasil.
Visite o Museu da Terra e da Vida
Os fósseis semelhantes ao descoberto pelo grupo podem ser vistos no Museu da Terra e da Vida, localizado em Mafra, Santa Catarina. Essa instituição abriga diversas relíquias paleontológicas que ajudam a contar a história da evolução da vida na Terra. O museu é uma parada essencial para aqueles que desejam entender melhor o passado remoto do Brasil e a história natural de Santa Catarina.
Cada novo achado, como esse fóssil de 270 milhões de anos, é uma peça adicional no grande quebra-cabeça da história natural do Brasil. Para Luiz Carlos Weinschütz, a descoberta é mais uma oportunidade de ampliar o conhecimento sobre o Norte de Santa Catarina durante o período Permiano. Com cada nova informação, os pesquisadores conseguem montar uma “fotografia” mais detalhada do passado, enriquecendo a ciência e a história natural do estado.
A paleontologia, além de ser crucial para a ciência, também tem o poder de envolver a comunidade em descobertas fascinantes. Continuar a explorar e preservar essas riquezas naturais é essencial para a reconstituição da história da Terra e das eras geológicas que moldaram o mundo como o conhecemos hoje.